O apego das coisas materiais do ente que partiu. O correto é guardar ou se desfazer de tudo?

Livros, discos, roupas, coleções… A história de uma vida contada por meio de objetos. Além das emoções diversas presentes no luto, um parte ‘burocrática’ e dolorosa é o desapego dos pertences de alguém que se foi.

Não é por acaso que muitas pessoas reservam um cômodo para armazenar pilhas e pilhas de itens – até mesmo impossibilitando o seu uso, sem ter coragem de mexer naquelas lembranças.

O fato é que o desapego dos itens materiais, deve acompanhar o processo de elaboração do luto, que é único. Muitas pessoas doam tudo logo no início, e sim podem se arrepender das decisões tomadas depois, é um risco. Outras aguardam mais tempo, e não conseguem realizar esse movimento.

Mas como definir se esse apego é saudável ou problemático?

O apego problemático está no momento em que há extrema dificuldade em se separar dos objetos, resultando em sentimentos de angústia intensa ou ansiedade. E pode até mesmo, interferir nas atividades diárias, relacionamentos ou funcionamento geral, como a acumulação desnecessária. A pessoa se sente incapaz de lidar com a perda ou seguir em frente, tornando-se presa a um ciclo de luto prolongado.

Já o apego saudável envolve selecionar alguns itens, que podem evocar memórias afetivas, permitindo-nos sentir uma conexão simbólica com a pessoa que partiu. O apego saudável a esses objetos pode ajudar na elaboração do luto e na construção de um novo significado de vida. Como fazer um altar, enquadrar, carregar algo consigo, etc…

Conforme trabalhamos o luto, especialmente em terapia, podemos encontrar maneiras de honrar essas memórias, utilizando os objetos como lembretes desse laço eterno. Conte comigo!

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