Conforme nos aproximamos da triste marca de 120 mil vítimas fatais da COVID-19 no Brasil, muitos são os casos de famílias forçadas a encarar o adeus final a entes queridos em situações que dificultam a realização de ritos de despedida.⠀
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Não é por acaso que temos tradições para homenagear quem se vai e confortar os enlutados. Esses rituais fúnebres ajudam a organizar o desequilíbrio interno e externo resultante da perda.⠀
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Porém, um levantamento recente realizado à luz de outros surtos de doenças infecciosas, como Sars, cólera e ebola, revelou que o distanciamento social, o isolamento dos doentes e a consequente dificuldade em realizar as cerimônias pós-morte adequadas têm impacto negativo no processo de luto. Ainda mais grave é a ocorrência de casos múltiplos de infecção e óbito na mesma família, gerando inclusive lutos sequenciais. ⠀
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Diante desse contexto, devemos ressaltar a importância do autocuidado para que as pessoas tenham condições de lidar com o vazio da perda, incluindo se permitir momentos de pausa e desconexão das notícias da pandemia e do mundo. ⠀
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Mesmo em condições normais, o luto é um processo que pode ter reflexos físicos e psíquicos, e requer cuidados em diferentes âmbitos. Sintomas psicológicos que podem emergir nesse contexto, como insônia, ansiedade, estresse e depressão devem ser abordados, tanto por um viés de escuta empática quanto mediante apoio psicológico especializado. Cuide de si e de quem você ama e, caso precise, não hesite em buscar ajuda profissional!⠀