Saúde mental e os desafios da mulher moderna

Agentes de mudança social, exemplo de força de trabalho, delicadeza, proteção e dedicação em todas as áreas da vida: as mulheres são referência dentro dos núcleos em que convivem – e isso é notável.

Nosso poder multitarefas é uma das nossas características mais marcantes, logo, não é de se estranhar que, no mundo corporativo, esse também seja um grande diferencial. Cada vez mais, as mulheres vêm conquistando seu espaço em meio à sociedade, sendo o que elas desejam ser, trabalhando com o que gostam, cultivando o seu próprio futuro.

Entretanto, muitas ainda enfrentam os desprazeres do machismo que permanece enraizado em muitos ambientes de trabalho. “Ela deve estar na TPM” ou “você é muito boazinha, precisa ser mais durona” são frases que muitas de nós já ouvimos – geralmente, pronunciadas pelo sexo oposto. Há questões biológicas, de personalidade e, claro, preconceituosas nesses julgamentos.

Ao longo dos nossos ciclos menstruais, existem muitas flutuações hormonais, as quais refletem em vários metabolismos do nosso corpo, alterando também o humor e a sensibilidade em diferentes situações. Esse mecanismo é desconhecido ou tem seu entendimento negligenciado por muitos homens, com isso, o “deve estar de TPM” soa como um sentido pejorativo.

Além disso, cada uma possui a sua própria personalidade e maneira de lidar com problemas do dia a dia – uma forma particular de se relacionar com o próximo, o dom da flexibilidade no trato com as pessoas. Então, se nos dizem “seja mais durona”, é como se tivéssemos que ir contra a nossa natureza empática e compassiva.

Principalmente em empresas que estimulam a competitividade entre funcionários, isso sobrecarrega tanto o psicológico que logo começam os transtornos como ansiedade, burnout e depressão – e não por acaso acabam tendo maior predisposição ao uso e abuso de álcool.

Uma estatística recente aponta que, hoje, para cada 03 homens, 01 mulher consome álcool, calmantes ou ansiolíticos de forma abusiva – no passado, era 01 mulher para cada 10 homens.

Certamente, esse aumento se dá, sobretudo, por conta das mudanças das relações sociais e das cobranças dos vários estímulos que incidem sobre a mulher moderna.

E não só por isso, abusos de diversas naturezas, feminicídio e outros fatores que assombram o universo feminino são preocupações que muitas mulheres carregam em sua rotina. E a soma de tudo isso, acarreta na maior suscetibilidade a condições mentais debilitantes entre a população feminina.

Por isso, o papel do psicólogo é fundamental no cultivo de uma saúde mental de qualidade, seja para adolescentes, universitárias, donas de casa ou mães empreendedoras: precisamos desse ato de autocuidado em todas as fases da vida. Conte comigo nesse processo!

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